Uma das duas primeiras crias de lince-ibérico (Lynx pardinus) nascidas em cativeiro em Portugal, no centro de reprodução de Silves, morreu no passado domingo de causas ainda desconhecidas, foi revelado esta noite.
De acordo com os resultados de uma primeira autópsia entretanto realizada, a cria, uma fêmea, não apresenta sinais de maus tratos, de malformações ou de ter sido rejeitada pela progenitora, informou ao PÚBLICO Sandra Moutinho, assessora do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
“As duas crias de lince ibérico estiveram sempre bem até domingo, dia em que uma delas morreu de causa aguda e de forma rápida”, explicou em declarações à agência Lusa o director do Centro de Reprodução do Lince Ibérico, Rodrigo Serra.
A fim de perceber quais as causas da morte serão realizados diversos testes ao longo das próximas duas semanas.
A mãe, Azahar – o primeiro lince a chegar a Silves a 26 de Outubro do ano passado, vindo do Zoobotânico de Jerez de la Frontera – “já está mais calma e a outra cria também está bem”, acrescentou Sandra Moutinho. As duas crias nasceram a 4 de Abril.
O lince-ibérico é uma espécie ameaçada de extinção e a espécie de felino mais ameaçada do mundo. A reprodução em cativeiro é uma solução de fim de linha. Estima-se que existam hoje menos de 150 linces-ibéricos. Em meados do século XIX, seriam cem mil, espalhados por toda a Península Ibérica. A espécie vive em Portugal numa situação de “pré-extinção”.
Para ajudar à recuperação da espécie, o Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRLI) – começado a construir em Junho de 2008 e concluído em Maio de 2009 – alberga 16 animais cedidos pelo Governo espanhol no âmbito de um protocolo assinado em Julho do ano passado. Os linces chegaram entre 26 de Outubro e 1 de Dezembro.
Fonte: Público