A LPN – Liga para a Protecção da Natureza e a Associação de Proprietários Rurais e Biodiversidade estão preocupadas com a falta de condições para a reintrodução de linces em Portugal a curto-prazo, que podem por em causa o sucesso da libertação Natureza de animais da espécie planeada para esta Primavera pelo Governo.
“Vemos esta decisão e esta intenção com alguma preocupação, atendendo a que os prazos são de facto muito curtos e que existe ainda um conjunto grande de condições e medidas preparatórias a garantir que, no nosso entender, ainda não estão necessariamente garantidas”, explicou à SIC Eduardo Santos, coordenador do Programa Lince, da LPN.
Em causa está, sobretudo, a saúde das populações de coelho-bravo, a principal presa do lince e de que depende a sobrevivência do felino.
“A população de coelho-bravo desde Dezembro de 2012 foi afectada por uma nova estirpe viral que causou mortalidades de cerca de 90% na zona de Mértola”, informa António Paula Soares, da APRB que, acrescenta “Infelizmente, à data de hoje a população é francamente reduzida a níveis situando-se a níveis de 0,3 a 0,5 coelhos por hectare quando o mínimo exigido para uma solta com sucesso de lince são 4 coelhos por hectare”.
Miguel Castro Neto, Secretário de Estado da Conservação da Natureza contrapõe: “Há opiniões muito diferentes sobre o que é estado da população de coelho. Se há entidades que dizem que estamos num processo de quebra, eu também reuni com entidades que dizem que esse processo já estancou e que estamos a assistir ao início da recuperação dos coelhos”.
No entanto, o membro do Governo admite repensar a decisão de introduzir os linces até Junho: “Se nós verificarmos que não estão reunidas as condições, obviamente nós não vamos libertar os linces”.
As duas associações consideram que é inevitável o adiamento da reintrodução.
Fonte: SIC Notícias