As abundâncias de espécies emblemáticas como ursos, lobos e linces têm aumentado nos últimos 50 anos. A recuperação da fauna selvagem europeia é atribuída a fatores como a implementação de medidas de proteção, restrições à caça e o abandono do meio rural.
Este estudo, resultante da parceria entre a Zoological Society of London, o Birdlife e o European Bird Census Council, incidiu sobre 18 espécies de mamíferos e 19 de aves e registou o aumento da abundância de todas as espécies, excetuando o lince ibérico, desde a década de 1960. Para os mamíferos, a recuperação foi superior no Sul e Oeste da Europa. Os efetivos populacionais de urso pardo duplicaram e os de lobo aumentaram cerca de 30%.
Contudo, a recuperação de predadores de topo, como o lobo que recentemente regressou a território francês, levanta a preocupação do aumento de conflitos com criadores de gado. O estudo sugere a promoção do ecoturismo em zonas rurais e a implementação de medidas compensatórias pelos governos.
Apesar de o estudo apresentar conclusões surpreendentes no contexto de perda de biodiversidade global, este impressionante “regresso” da vida selvagem ainda não é suficiente para colmatar o grave declínio da fauna selvagem ocorrido durante o século XX e as melhorias observadas podem regredir caso não sejam tomados os devidos cuidados, alertam os autores. Ainda assim, a maior conclusão deste estudo é a de que reunindo uma estratégia adequada, os recursos e os esforços necessários, a conservação de facto funciona.
Fonte: BBC News