A segunda cria de lince-ibérico (Lynx pardinus) que nasceu a 4 de Abril no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico de Silves, morreu no domingo passado. De momento estão em curso exames para apurar a causa da morte, disse hoje fonte daquele organismo.
A primeira cria nascida em cativeiro em Portugal, uma fêmea, tinha morrido a 11 de Abril.
“Ambas [as crias] terão morrido de forma aguda, num curto espaço de tempo. Não se registam lesões que indiciem maus tratos ou abandono por parte da mãe”, explicou o director do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico à agência Lusa.
Rodrigo Serra acrescentou que a progenitora, Azahar, reagiu “sem agitação” e tem o seu comportamento normalizado. “Azahar está bem, tendo dedicado estes últimos dias à recuperação do seu peso, comendo bem, e estando a socializar com o Drago [o macho com quem forma par]”, adiantou. Azahar foi o primeiro lince a chegar a Silves a 26 de Outubro do ano passado, vindo do Zoobotânico de Jerez de la Frontera.
No ano passado “40 por cento das crias que nasceram morreram até aos dois meses de idade”, salientou Rodrigo Serra.
O lince-ibérico é uma espécie ameaçada de extinção e a espécie de felino mais ameaçada do mundo. A reprodução em cativeiro é uma solução de fim de linha. Estima-se que existam hoje menos de 150 linces-ibéricos. Em meados do século XIX, seriam cem mil, espalhados por toda a Península Ibérica. A espécie vive em Portugal numa situação de “pré-extinção”.
Agora, o Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal, de 2008, aponta como áreas prioritárias de intervenção Moura-Barrancos, Malcata, Nisa, São Mamede, Guadiana, Caldeirão, Monchique e Barrocal.
Para ajudar à recuperação da espécie, o Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince-Ibérico (CNRLI) – começado a construir em Junho de 2008 e concluído em Maio de 2009 – alberga 16 animais cedidos pelo Governo espanhol no âmbito de um protocolo assinado em Julho do ano passado. Os linces chegaram entre 26 de Outubro e 1 de Dezembro.
Fonte: Público