A população silvestre de lince-ibérico diminuiu o ano passado, são os resultados da Junta de Andaluzia que contabilizou 309 exemplares vivos, menos três do que os 312 contabilizados em 2011, sendo este o primeiro decréscimo do número destes felinos em perigo de extinção que vivem em liberdade, desde 2007. Uma das causas que explica esta diminuição é a elevada mortalidade registada o ano passado, no qual se detectou a morte de 21 animais, 16 na Serra Morena e cinco em Doñana.
Estas 21 baixas representam quase o dobro dos casos de linces mortos em 2011 (N=13) e consistem no maior valor de mortalidade registado desde 2002, segundo as estatísticas oficiais.Em contrapartida, regista-se atualmente a maior população em cativeiro. Em 2012, sobreviveram 44 crias de lince-ibérico nos centros de reprodução em cativeiro, quase o dobro de 2011. Neste momento são quase duzentos os exemplares que sobrevivem desde então nos centros de reprodução existentes em Espanha e Portugal (Silves), tendo cerca de duas dezenas destes linces sido já re-introduzidos em meio natural para reforçar as reintroduções realizadas desde 2009 na zona de Guadalmellato (Córdoba) e Guarrizas (Jaén).
Dos 309 linces que viviam em liberdade o ano passado, 78 eram crias, menos 16 do que os 94 contabilizados em 2011. As fêmeas em idade reprodutora contadas em 2012 foram 85, onze mais do que registado em 2011, segundo os dados facilitados pela Junta da Andaluzia.
Os censos oficiais de linces-ibéricos que vivem em liberdade, cuja fiabilidade tem sido objeto de controvérsia por alguns, entre eles Miguel Delibes, realizam-se mediante armadilhagem fotográfica e segundo os responsáveis, registam um número final de felinos que pode ser inferior à população real existente, pois estima-se que entre 3 e 5% dos exemplares existentes não sejam controlados mediante esta metodologia.
Fonte: El Mundo