A fêmea de lince-ibérico Myrtilis, libertada em janeiro no Alentejo e encontrada sem vida cinco semanas depois, morreu devido a uma infeção viral, informou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Em comunicado enviado à agência Lusa, o ICNF indica que o Laboratório de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa concluiu, com base na necrópsia e exames virológicos, que o animal morreu por panleucopénia felina, uma infeção de natureza viral.
“Trata-se de uma doença muito comum entre os gatos domésticos, tendo já sido detetada anteriormente em lince-ibéricos em liberdade, apesar de ser a primeira vez que se encontra associada diretamente à morte de um lince-ibérico”, adianta o organismo.
Myrtilis fazia parte do grupo de três linces-ibéricos, duas fêmeas e um macho, que tinha sido libertado na natureza, no dia 25 de janeiro deste ano, tendo sido encontrada morta no dia 01 de março, pela equipa de campo do ICNF, numa zona próxima do local de solta, na zona de Mértola, no distrito de Beja.
O instituto adianta que os linces-ibéricos são “vacinados para patologias como a panleucopénia felina”, mas refere que “o stress de adaptação poderá, em teoria, comprometer a imunidade dos animais libertados em zonas de reintrodução”.
“As patologias podem desempenhar um papel importante como causas de mortalidade natural de linces-ibéricos”, realça o ICNF, apontando para a necessidade de se garantir “a vacinação adequada destes animais e o seguimento sanitário da população”.
Myrtilis foi o segundo exemplar de lince-ibérico encontrado morto de entre os 18 animais já libertados no Parque Natural do Vale do Guadiana, no concelho de Mértola, desde dezembro de 2014, quando começou a libertação de exemplares da espécie em território português, no âmbito do projeto de Recuperação da Distribuição Histórica do Lince-Ibérico em Espanha e Portugal “LIFE+Iberlince”.
Fonte: DN