Lince-ibérico morre enredada em cercado para coelho-bravo

Lince-ibérico - SÁNCHEZ MORENO

A Consejería de Médio Ambiente informou em comunicado que técnicos do projeto LIFE Lince encontraram o cadáver de uma fêmea de lince-ibérico (Lynx pardinus), com cerca de dez meses, enredada num cercado de repovoamento de coelho-bravo em Cardeña, Córdoba.

Os cercados de repovoamento de coelho-bravo estão previstos nos acordos de colaboração estabelecidos com proprietários privados no âmbito do projeto LIFE Lince e consistem numa medida para incremento das populações de coelho-bravo. Ao limitarem de forma eficaz uma determinada área (entre 2 a 4 hectares), estes cercados facilitam a aplicação de um maior número de ações para gestão da população de coelhos (ex. aumento da disponibilidade de abrigos, fornecimento de alimento suplementar), algo que em condições naturais seria mais difícil e dispendioso.

Segundo a Consejería de Médio Ambiente, estes cercados são “especialmente desenhados com critérios de segurança para ambas as espécies, por um lado, para que os linces não possam aceder ao interior e, por outro, para que os coelhos consigam sair quando já estiverem criados e desenvolvidos”.

Na Andaluzia existem cerca de 150 acordos de colaboração com proprietários locais, totalizando cerca de 180,000 hectares para a conservação daquele que é o felino mais ameaçado do mundo, e onde, até à data, já foram construídos 318 cercados de repovoamento de coelho-bravo. Esta fatalidade foi a primeira do género nos dez anos de projeto LIFE Lince, pelo que deve ser encarada como um infeliz incidente. Ainda assim, o cadáver foi levado para o Centro de Análises e Diagnóstico para determinar detalhes das circunstâncias da morte.

Em 2011, foram registadas 15 mortes de lince-ibérico na Andaluzia. Para além deste incidente, 5 das perdas deveram-se a atropelamento, 4 a furtivismo, 2 a doença e 3 a causas desconhecidas.

Fonte: Diario Córdoba

 

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