LPN apoia reintrodução do lince ibérico e pede medidas para aumentar condições de sucesso

Lince-ibérico

A LPN – Liga para a Proteção da Natureza assinala o início do processo de reintrodução de linces ibéricos em Portugal, que ocorrerá amanhã, terça-feira, no Parque Natural do Vale do Guadiana.

«Apoiamos este passo em frente nos esforços de conservação desta espécie tão ameaçada, atendendo a que acreditamos que será um importante contributo para a sua conservação no nosso país, mas sem ignorar, no entanto, a necessidade de gestão dos riscos associados a estes processos e os desafios ainda a superar para que a reintrodução seja um sucesso», salienta a LPN, em comunicado.

A LPN recorda que está «desde há décadas empenhada na proteção do lince ibérico».

Desde a campanha nacional de defesa da Serra da Malcata até aos projetos de conservação do lince-ibérico, a LPN «esteve sempre na linha da frente dos esforços para a preservação da espécie e seus habitats, tendo como objetivo último a existência de condições para a sua sobrevivência e recuperação na natureza».

Nesse sentido, aquela associação ambientalista diz não poder «deixar de assinalar a reintrodução da espécie que está prevista».

«O processo de reintrodução é um importante marco nos esforços de conservação do lince-ibérico, sendo o seu sucesso um significativo contributo para reverter a sua situação no nosso país. Para além disso, permitirá complementar o trabalho desenvolvido por outras entidades, públicas e privadas, incluindo organizações não-governamentais de ambiente», como a própria LPN, acrescenta.

Este passo em frente não poderá, no entanto, «ser entendido como um passo final e definitivo, uma vez que a reintrodução é um processo e não um fim, longo e com muitos desafios».

É que, sublinha a LPN, «a reintrodução comporta riscos que têm de ser adequada e atempadamente geridos, devendo por isso ser acauteladas todas as potenciais ameaças à sobrevivência dos animais libertados e devidamente envolvidas todas as partes interessadas, nomeadamente as comunidades rurais».

«O acompanhamento e monitorização dos lince-ibéricos provenientes de cativeiro, a prevenção das ameaças que estes irão certamente enfrentar e a existência de planos de contingência para fazer face a eventuais dificuldades», são aspetos para os quais a LPN continuará a alertar.

«Manter-nos-emos por isso bastante atentos ao desenvolvimento de todo o processo de reintrodução, com naturais preocupações, mas na expectativa de que o mesmo possa ser um sucesso», conclui a mais antiga associação de defesa do ambiente portuguesa.

Fonte: Sul Informação

 

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