Nasceu a segunda ninhada portuguesa de linces-ibéricos em liberdade

Lince-ibérico

Há uma segunda ninhada confirmada de linces-ibéricos (Lynx pardinus) no Vale do Guadiana, anunciou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). A notícia surge uma semana depois de ter sido divulgado o primeiro nascimento de crias de lince-ibérico na natureza, em Portugal, naquela mesma região.

Para o ICNF este é “um dos mais relevantes marcos na já longa história da conservação do lince ibérico em Portugal” que “sustenta o potencial sucesso” do processo de reintrodução da espécie na natureza.

Desta vez a progenitora é Lagunilla, uma fêmea de dois anos proveniente do Centro de Reprodução de Granadilla, em Espanha, que foi libertada em maio do ano passado na Herdade das Romeiras, no Parque Natural do Vale do Guadiana. Já este ano, a monitorização dos técnicos permitido perceber que a fêmea tinha entrado em cio e que estava frequentemente na companhia do macho Luso, libertado na mesma região.

As crias de Lagunilla terão nascido entre 2 e 8 de março, indica o ICNF, cujos técnicos conseguiram hoje, pela primeira vez, observar e fotografar duas crias de Lagunilla, admitindo-se que exista ainda uma terceira cria.

“O território de Lagunilla possui uma densidade de coelho bravo muito alta, condição importante para a estabilização das fêmeas de lince”, esclarece o ICNF, referindo que na na zona existem também “inúmeras oliveiras centenárias que podem ser usadas como tocas e onde as crias permanecem durante o período de amamentação”.

Na semana passada o ICNF anunciou que a fêmea Jacarandá”, nascida em 2012 no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico em Silves, e libertada, em fevereiro de 2015, na natureza, no Parque Natural do Vale do Guadiana, juntamente com o macho “Katmandú, tinha tido uma ninhada, já este ano.

Para o ICNF, o facto de se confirmar a existência de fêmeas reprodutoras na região do Vale do Guadiana, “é o mais significativo indicador da saúde” da população, que faz prever “o potencial sucesso” do processo de reintrodução da espécie na natureza.

O lince-ibérico registou uma assinalável recuperação na última década, depois de Portugal e Espanha terem concertado esforços para a sua conservação, com o programa de reprodução em cativeiro nos dois países, recuperação dos habitats e das populações de coelho, a base da dieta do felino ibérico, e a reintrodução de indivíduos na natureza em ambos os países.

Entre 2001 e 2015, a população de lince ibérico na Andaluzia – onde se concentra a grande maioria dos indivíduos a viver em liberdade – passou de menos de 100 exemplares para 361. Em toda a Península Ibérica há agora 403 exemplares na natureza.

Fonte: DN

 

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