Projeto transfronteiriço quer levar turistas pelas “Pegadas do lobo ibérico”

Lobo-ibérico - Canis lupus signatus - Victor Ortega

O projeto “Nas pegadas do lobo ibérico” quer criar uma rota transfronteiriça de 70 quilómetros entre as localidades de Pitões das Júnias (Montalegre) e Lobios (Galiza), num investimento de meio milhão de euros, anunciaram os promotores.

A Junta de Freguesia de Pitões das Júnias, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, referiu, em comunicado, que a rota passará por seis fojos do lobo, que serão recuperados.

O objetivo é valorizar turisticamente estas antigas armadilhas que serviam para capturar os lobos e criar a marca “Território do Lobo Ibérico”.

“Graças a esta intervenção, as comunidades locais irão, pela primeira vez, encarar o lobo não como um animal selvagem ofensivo, mas como um meio atrativo de obtenção de dividendos”, salientou a autarquia.

O projeto “Nas pegadas do lobo ibérico, através do património etnográfico, natural e imaterial da Reserva da Biosfera Xurés-Gerês” já foi apresentado ao programa INTERREG V A Espanha Portugal (POCTEP) e implica um investimento de meio milhão de euros, divididos entre as duas regiões transfronteiriças.

O objetivo central da iniciava passa, segundo a junta de Pitões das Júnias, “por valorizar o património etnográfico, natural e imaterial associado ao lobo, como forma de melhorar a capacidade de atração turística do território, ao mesmo tempo que se conserva e preserva um elemento da biodiversidade de uma área protegida”.

Para o efeito, prevê-se a criação de uma rota transfronteiriça do lobo ibérico, numa extensão de 70 quilómetros, ao longo dos quais os turistas terão a oportunidade de conhecer e visitar seis fojos do lobo e de pernoitar num refúgio de montanha.

A rota ligará a aldeia de Pitões a Lobios, um município raiano localizado na província de Ourense, em Espanha.

Serão ainda criados dois polos do Centro de Interpretação do Lobo Ibérico, um em Pitões das Júnias e outro na localidade espanhola de Puxedo.

Os fojos são construções antigas em pedra que eram usadas pela população para capturar os lobos, sendo muito comuns nos territórios do norte da Península Ibérica.

Existem três tipos destas estruturas e em todos eles eram construídos fossos, de maior ou menor dimensão, onde eram colocados animais vivos para atrair os lobos ou para onde estes eram empurrados através de batidas.

Uma vez dentro, o animal não conseguia escapar, devido à altura e formato das paredes de pedra.

Fonte: RTP e Notícias de Vila Real

 

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