Nasceram os primeiros linces-ibéricos na natureza em Portugal

Lince-ibérico - ICNF

Está confirmado: já nasceu a primeira ninhada de lince-ibérico na natureza em Portugal. Aconteceu no Parque Natural do Vale do Guadiana e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) fotografou a mãe com uma das crias, confirmando a boa notícia.

Este é o primeiro nascimento de linces-ibéricos (Lynx pardinus) na natureza, no país, desde há várias décadas, o que faz dele “um marco na conservação” da espécie, assinala o ICNF em comunicado. “É a primeira reprodução em ambiente natural com êxito comprovado em território nacional desde há décadas”, sublinha o Instituto da Conservação

A fêmea progenitora é “Jacarandá”, que nasceu em 2012 no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico em Silves, filha de “Flora” e “Foco”, e que foi solta em dezembro de 2014 no cercado de solta branda da Herdade das Romeiras e depois libertada, em fevereiro de 2015, na natureza, no Parque Natural do Vale do Guadiana, juntamente com “Katmandú”, outro êxito do programa de reprodução em cativeiro.

Os dois espécimes, bem como outros que têm sido libertados na natureza, foram soltos no âmbito do Programa LIFE+ Iberlince. Com este nascimento, diz o ICNF, “confirma-se a reprodução de animais em todas as áreas de reintrodução do Programa LIFE+ Iberlince”, o que se reveste “da maior importância e significado”.

Lince-ibérico - ICNF

Esta é mais uma boa notícia para conservação do lince-ibérico, que registou uma assinalável recuperação na última década, depois de Portugal e Espanha terem concertado esforços para a sua conservação, nomeadamente com o programa de reprodução em cativeiro nos dois países, e com a recuperação dos habitats e das populações de coelho, a base da dieta do felino ibérico.

Em 2002, quando arrancaram os programas concertados de conservação, o lince estava em “perigo crítico” de extinção, e era considerada a espécie de felino mais ameaçada do mundo. Com os bons frutos do programa de conservação conjunto, a classificação foi revista em 2012, passando a “ameaçada”. O objetivo imediato é voltar a rever a classificação, e alcançar o nível seguinte: “vulnerável”.

Entre 2001 e 2015, a população de lince-ibérico na Andaluzia – onde se concentra a grande maioria dos indivíduos a viver em liberdade – passou de menos de 100 exemplares para 361. E os últimos números, divulgados no início de abril durante o V Seminário Internacional de Conservação do Lince-ibérico, na Universidade da Andaluzia, indicam que existem atualmente 403 linces em toda a Península Ibérica.

Fonte: DN

 

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