Há três crias novas de lince-ibérico em Silves

Lince-ibérico - ICNF

Abriu a nova temporada de partos no centro de reprodução do lince ibérico, em Silves. As primeiras três crias nasceram na tarde de quinta-feira e passaram as últimas 24 horas a mamar. Desde 2010 já nasceram 77 linces ibéricos no Algarve.

Ainda não se sabe se são meninas ou meninos, tal só será possível determinar dentro de um mês, esclarece ao Expresso Rodrigo Serra, que dirige o Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI) em Silves. Ao fim de 24 horas após o nascimento, o veterinário garante que “as três crias estão roliças e bonitas, pouco dormem e mamam 25 minutos por hora” desde que nasceram entre as 13h10 e as 14h30 de quinta-feira. A ideia é reforçada pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que em comunicado afirma que as três crias “estão aparentemente saudáveis e com muita vitalidade”.

Agora é esperar que tudo continue a correr pelo melhor, já que “as primeiras 72 horas são cruciais para a possibilidade de sobrevivência”, explica Rodrigo Serra, mostrando-se feliz pelo início da nova época de partos. Há ainda riscos nos próximos 28 dias, mas estes vão diminuindo à medida que as crias vão crescendo e se fortalecendo.

Desde 2010 já nasceram no Centro de Reprodução em cativeiro de Silves 77 linces ibéricos, dos quais 55 sobreviveram.

Artemisa e Foco são os progenitores desta primeira ninhada de 2016. A fêmea já vai no sexto parto desde que integrou o programa ibérico de Conservação Ex Situ da espécie. “Para o ano, Artemisa e as fêmeas mais velhas merecem descanso e vamos por as mais jovens, com cerca de quatro anos, a reproduzirem-se”, informa o veterinário. A decisão é também justificada pela necessidade de “ter nova genética para libertar em meio natural”.

Na presente temporada ainda poderão surgir mais cinco partos em Silves e 15 nos outros centros de cria localizados em Espanha, onde já nasceram outros sete linces. Até ao final de março são esperadas no total entre 28 a 40 crias nascidas em cativeiro. No ano passado, registaram-se 61 nascimentos nos cinco centros, 13 dos quais em Silves (dos nascidos no Algarve sobreviveram 11).

No centro algarvio mantêm-se 21 animais, depois de este ano nove dos animais ali nascidos terem sido libertados em meio natural (sete em Espanha e dois em Portugal). Até abril, o projeto ibérico de conservação in situ desta espécie de felino vai continuar o processo de reintrodução na natureza dos animais nascidos em cativeiro.

Fonte: Expresso

 

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