A Diputación conseguiu, pela primeira vez, e com muitas dificuldades, que uma fêmea deste mamífero ameaçado produzisse com êxito uma ninhada.
Para os especialistas que acompanham com muita atenção a evolução deste mamífero em grande perigo de extinção, a notícia de que nasceram quatro crias de visão-europeu no território de Álava [província do País Basco] é extraordinária. A Diputación tem vindo a colaborar há vários anos com os programa de reprodução em cativeiro como um dos pilares para garantir um futuro à espécie mais ameaçada da Europa.
Na primavera, uma equipa de especialistas capturou um macho na margem da província de Álava do rio Ebro. Foi transferido para um centro de reprodução na periferia de Vitória, onde foi isolado com duas fêmeas, Esperanza e Corella. É muito difícil que animais selvagens como estes acasalem em cativeiro. “Têm que ser compatíveis e o macho não deve ser nem agressivo nem passivo como aconteceu em muitas ocasiões”, explica Joseba Carreras, técnico de Biodiversidade do Departamento oficial de Medio Ambiente.
Mas depois de várias tentativas falhadas, uma das fêmeas ficou prenhe e pariu quatro novos visões, três machos e uma fêmea, a que foram dados nomes de vilas de Álava e Rioja que começam por “h” como Hijona, Hereña, Hermua o Herramélluri. A mãe e as suas crias foram transferidas para uma das grandes instalações naturalizadas que existem em Salburua e que o Ayuntamiento de Vitória pôs à disposição do programa de reprodução em cativeiro. Aí, está a ser alimentada enquanto dá de comer às suas crias, que crescem de forma completamente normal.
Um esforço de 12 anos
“É a primeira vez que se consegue, em Álava, realizar todo o processo. Até à data dependíamos de outros centros de reprodução como o de Suert, em Lleida, mas os cortes [de financiamento] na Catalunha obrigaram-nos a um esforço adicional”, refere a responsável pela Diputación de Medio Ambiente, Marta Ruiz.
“O esforço e os sonhos investidos neste projecto no decorrer dos últimos doze anos vêm-se recompensado porque conseguimos que o visão-europeu não só voltasse a ser um dos grandes protagonistas do [rio] Zadorra, de onde chegou a desaparecer completamente, mas também que a sua presença começasse a ser detectada em grande parte do território de Álava”, acrescenta.
Os especialistas estão, nesta altura, a unificar os diferentes programas em cativeiro que existem na Alemanha, Rússia, Estónia e Espanha, com o intercâmbio de exemplares para garantir a sobrevivência da espécie.
O visão-europeu já ultrapassou o lince, o urogalo e o urso, as espécies mais emblemáticas do conservacionismo espanhol, no [que diz respeito ao] risco de extinção “Passou de estar em perigo, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, a maior rede ambiental do mundo, e passou para uma situação crítica de sobrevivência. Se não realizamos um grande esforço, é uma espécie condenada enquanto o lince já começou a recuperar”, chama a atenção o técnico Joseba Carreras, que coordena os trabalhos de monitorização, controlo e proteção de uma dezena de guardas e técnicos em torno do mamífero mais ameaçado da Europa.
Fonte: El Correo